Arara-canindé (Ara ararauna)
Recinto
Viveiro
Dieta
Ração e vegetais
Rotina
Alta
Espaço
Alto
Expectativa de vida
30+ anos
Peso
900-1200g
Sociabilidade
Social
Comportamento
Diurno
Interatividade
Alta
Custo de aquisição
Alto
Custo de instalação
Moderado
Custo de manutenção
Moderado
Animal silvestre nativo
A arara-canindé é uma ave da família Psittacidae, amplamente distribuída na América Central e do Sul, incluindo o Brasil. É uma espécie conhecida por sua beleza exuberante, com penas azuis e amarelas, e por seu comportamento social e inteligente. São animais populares em ambiente doméstico devido à sua beleza única, porte grande e personalidade marcante, mas exigem cuidados específicos e muita dedicação para garantir sua qualidade de vida.
A arara-canindé é uma ave de hábitos diurnos, podendo viver mais de 50 anos em ambiente doméstico quando bem cuidada, mede cerca de 80 centímetros de comprimento, pesa em média 1,2 kg. Sua plumagem vibrante e sua capacidade de imitar sons a tornam uma das aves mais admiradas do mundo.
Demandas físicas
Recinto
O recinto para araras-canindé deve ser espaçoso, seguro e adaptado às suas necessidades. Para um único indivíduo, o espaço mínimo recomendado é de 3m² (por exemplo, 2 x 1,5 m), mas quanto maior, melhor. Para cada animal adicional, considere aumentar o recinto em pelo menos 50%. O local deve ter áreas de poleiros, muitos enriquecimentos ambientais e espaço para voos curtos. É essencial que o recinto seja protegido contra predadores e fugas, com telas resistentes e bem fixadas.
Outra opção de ambiente é manter a sua arara de estimação solta pela casa e ter um recinto menor apenas para a ave dormir ou em momentos do dia que precise mantê-la em um espaço restrito. Entretanto, para esse tipo de manejo é essencial que a sua casa esteja preparada para manter uma ave desse porte e poder destrutivo solta, além de ter muita atenção aos possíveis pontos de fuga.
É indicado que as araras tenham acesso a pelo menos 2 horas diárias de sol direto, contribuindo para estimular seu comportamento natural e contribuir para seu equilíbrio hormonal. Para regiões mais frias do país, é necessário fornecer uma área abrigada e aquecida durante a noite.
Dieta
A base da dieta das araras deve ser feita sempre com ração extrusada própria para espécie, garantindo uma dieta completa e balanceada. A recomendação técnica é manter 75% da dieta como ração extrusada, enquanto outros alimentos podem compor até 25% da dieta, incluindo frutas, vegetais, sementes, castanhas e nozes.
Frutas: Maçã, banana, manga, mamão, melão, laranja, goiaba.
Sementes e nozes: Semente de girassol, amendoim (sem tempero), macadâmia, castanha-do-Pará, castanha-de-caju, nozes, milho verde.
Legumes: Cenoura, abóbora, batata-doce (cozida), brócolis, ervilha.
Proteína animal: Ovos cozidos.
Há duas estratégias práticas para alimentação da sua arara. Você pode oferecer diariamente ração extrusada todas as manhãs e alimentos naturais ao final da tarde; ou você pode oferecer ração extrusada nos dias de semana e alimentos naturais aos finais de semana. Lembre-se que uma boa dieta é essencial para a saúde, longevidade e bem-estar da sua arara, explore a diversidade de alimentos, a forma de oferecimento e use petiscos como reforço positivo para treinar comportamentos desejáveis!
A água deve ser fornecida em recipientes limpos e trocada diariamente. As araras apreciam muito banhos de chuva, portanto você pode oferecer banhos de mangueira, borrifadores e até mesmo aspersores para sua ave em dias quentes.
Alimentos não recomendados:
Alguns alimentos são prejudiciais à saúde das aves e devem ser evitados. Entre eles estão: Abacate (tóxico para muitas espécies de aves); ração de animais de outras espécies (como cães e gatos); leite e seus derivados (aves não digerem lactose); Alimentos com temperos como sal, açúcar ou gordura; Cebola e alho; Café, chocolate, refrigerante e bebidas alcoólicas (tóxicos).
Demandas psicológicas
As araras-canindé são animais altamente sociais e inteligentes, que demandam interação e estímulos mentais constantes. Elas formam laços fortes com seus responsáveis e podem desenvolver comportamentos destrutivos ou depressivos se negligenciadas.
A socialização é um aspecto fundamental para o bem-estar da sua arara. Essas aves são extremamente inteligentes e sociáveis, necessitando de interação diária para se manterem mentalmente estimuladas e emocionalmente equilibradas. Reserve um tempo todos os dias para brincar com ela, seja através de jogos, treinamentos com comandos simples ou até mesmo conversas. O contato próximo fortalece o vínculo entre vocês e previne problemas comportamentais, como agressividade ou depressão. No entanto, é importante lembrar que araras são aves grandes e fortes, e sua interação com aves menores pode representar riscos. Se você tem outras aves de pequeno porte, como periquitos ou calopsitas, supervisione sempre os momentos de convívio para evitar acidentes, já que a arara pode, mesmo sem intenção, machucá-las devido ao seu tamanho e força.
Além da socialização, o enriquecimento ambiental é essencial para manter sua arara feliz e saudável. Na natureza, estas aves passam horas explorando o ambiente, buscando alimento e interagindo com objetos. Em cativeiro, é preciso recriar essa estimulação para evitar o tédio, que pode levar a comportamentos destrutivos, como arrancar penas. Invista em brinquedos variados, como quebra-cabeças, bolas de cores vibrantes e itens feitos de madeira segura para bicar. Poleiros de diferentes texturas e espessuras ajudam a exercitar os pés, enquanto cordas e escadas incentivam o movimento e o equilíbrio. Troque os brinquedos regularmente para manter o interesse da ave e observe quais objetos ela mais gosta, adaptando o ambiente às suas preferências.
Outro ponto crucial é a companhia. Araras são aves que, em seu habitat natural, vivem em bandos e formam laços fortes com seus pares. Se possível, considere a possibilidade de ter duas araras, desde que o espaço disponível seja adequado para abrigá-las confortavelmente. A presença de um companheiro da mesma espécie pode reduzir significativamente o estresse e a solidão, especialmente se você passa longos períodos fora de casa. No entanto, é essencial avaliar a compatibilidade entre as aves e garantir que ambas tenham personalidades que se complementam, evitando conflitos. Se optar por manter apenas uma arara, redobre a atenção e o tempo dedicado a ela, para que não se sinta isolada.
Em resumo, a combinação de socialização ativa, um ambiente enriquecido e, quando viável, a companhia de outra arara, são pilares para garantir uma vida plena e feliz ao seu animal de estimação. Sempre observe o comportamento da ave e ajuste as estratégias conforme suas necessidades individuais, promovendo assim uma convivência harmoniosa e saudável.
Investimento financeiro
O custo de aquisição de uma arara-canindé legalizada varia entre R$6.000 e R$12.000 (Abril 2025), dependendo do criador, da temporada de reprodução de cada ano e da própria genética do animal.
O investimento inicial para montar o recinto pode variar de R$2.000 a R$10.000, incluindo o próprio recinto, poleiros, brinquedos e acessórios. A manutenção mensal inclui custos com alimentos, brinquedos e eventual reposição de acessórios, podendo variar de R$100 a R$300.
Lembre-se de que estamos falando de um ser vivo, portanto, é recomendável manter uma reserva financeira para consultas veterinárias e eventuais tratamentos, que podem ser mais caros que os de animais domésticos comuns.
Investimento de tempo
As araras-canindé demandam bastante atenção diária. A limpeza do recinto e a alimentação devem ser feitas diariamente, necessitando em torno de 30 minutos. Além disso, reserve pelo menos 1 hora por dia para interação e enriquecimento ambiental.
Semanalmente, faça uma limpeza mais detalhada do recinto, o que pode levar de 1 a 2 horas. Mensalmente pode ser necessária uma limpeza mais intensa do recinto e acessórios, além de constantes manutenções no ambiente da sua arara, considere 2 horas para essas atividades.
Outras pessoas
As araras-canindé são animais barulhentos e ativos, elas emitem sons altos e estridentes, especialmente pela manhã e ao entardecer. Essas vocalizações podem incomodar pessoas próximas, portanto é importante educar familiares e visitantes sobre o convívio com a ave. Além disso, vizinhos próximos também podem se incomodar com esses barulhos, portanto é muito importante considerar esse fato ao adquirir uma arara, sempre prezando pelo respeito às demais pessoas ao seu redor.
Além disso as araras são psitacídeos de grande porte com bicos potentes e alto potencial lesivo, aves que não manejadas adequadamente quando filhotes podem ser agressivas e deferir bicadas fortes, esteja ciente! Até mesmo aves dóceis podem se irritar ou não tolerar pessoas específicas, nesse contexto todas as pessoas que forem interagir com sua arara de estimação devem estar cientes disso evitando acidentes.
Por fim, os psitacídeos de modo geral tendem a produzir bastante pó em suas penas, o que é completamente normal, porém muitas pessoas podem ter alergia respiratória a esse pó. Esse pó é essencial para a saúde das penas das araras e não há como evitar a sua presença no ambiente, portanto considere essa realidade no convívio com a sua arara de estimação.
Meio ambiente
A arara-canindé é uma espécie silvestre nativa do Brasil e, por isso, é protegida por leis ambientais. Se você deseja ter uma arara como animal de estimação, sempre compre de criadores licenciados, com documentação legal. Isso ajuda a combater o tráfico de animais silvestres, um crime grave que prejudica a natureza.
Segundo a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), comprar, vender ou manter animais silvestres sem autorização é proibido e pode resultar em multas e até detenção. Além disso, nunca solte araras de estimação na natureza, pois isso pode causar desequilíbrios ecológicos e espalhar doenças para os animais silvestres da região.
Atualmente não há vacinas indicadas para psitacídeos de estimação no Brasil. A castração de aves de estimação, como as araras, é realizada apenas em casos terapêuticos, ou seja, para tratar condições específicas de saúde. Além de procedimentos cirúrgicos, estratégias comportamentais e hormonais podem ser utilizadas para inibir comportamentos reprodutivos, se necessário. É fundamental consultar um médico veterinário especializado em aves para avaliar a necessidade e as opções disponíveis.