Demandas físicas

Recinto

Os geckos-de-crista são animais essencialmente arborícolas, portanto demandam de um recinto mais vertical do que horizontal. Animais mais jovens podem se beneficiar de recintos menores, onde o controle dos parâmetros seja mais fácil, para um animal adulto, um terrário de vidro de no mínimo 60x45x45cm é ideal. Terrários de vidro são mais adequados para ambientes de alta umidade, como os geckos-de-crista preferem.

Diversos substratos podem ser utilizados para os geckos-de-crista, via de regra, substratos que retém melhor a umidade são preferidos. Substratos em forma de mantas, como o papel toalha, são de maior facilidade para limpeza, além disso apresentam menor chance de ingestão de partículas do substrato durante a alimentação do seu animal. Por outro lado, substratos soltos, como fibra de coco e sphagnum costumam ser mais estéticos e estimulam o comportamento natural de exploração do animal. 

Água fresca deve estar sempre à disposição do seu animal. Bebedouro devem ser fornecidos, preferencialmente em partes mais altas do terrário, porém alguns animais apreciam beber água das gotículas espalhadas pelos ornamentos do terrário, portanto é importante um terrário bem ornamentado e sempre úmido.

Além disso, são necessários diversos pontos de privacidade para os geckos-de-crista, especialmente durante o dia. Tocas em diversos pontos do terrário podem ser fornecidas, como cascas de coco ou corks barks, além disso, abusar da vegetação, seja natural ou artificial, fornecerá ao seu animal oportunidade de diversos níveis de privacidade ao longo do dia, estimulando seu comportamento natural. Espécies de plantas como Epipremnum (pothos), Philodendron, Dracaena e Ficus podem ser utilizadas com segurança.

Para aquecimento podem ser utilizadas placas de aquecimento em uma das laterais do terrario, garantindo um lado quente do recinto, para regiões mais frias do Brasil, o uso de lâmpadas de aquecimento ligada a um termostato atende bem a demanda de um gecko-de-crista. Os geckos-de-crista são sensíveis a temperaturas muito altas, especialmente se não tiverem ventilação e umidade adequadas. Durante o dia deve-se manter o terrário em um gradiente de temperatura de 26 a 28⁰C no lado quente e 20 – 24⁰C no lado frio, durante a noite a temperatura pode abaixar até 18-24°C. A umidade pode ser mantida de 60 a 80%, manter a umidade em torno de 60% e promover aspersão de água durante o dia é o ideal para eles.

Geckos-de-crista são lagartos noturnos e com bom manejo nutricional e suplementação adequada de cálcio e vitamina D não necessitam de lâmpadas UVB para absorção do cálcio, entretanto baixas incidências de UVB durante o dia podem ser benéficas para o comportamento desses animais. Pode ser feito o uso de lâmpadas 2-5% UVB associado a um timer para um ciclo de até 12 horas de luz por dia.

Ornamentações são essenciais no terrário dos geckos-de-crista, esses animais vão passar a grande maioria do tempo fora do chão, explorando a altura do recinto. Podem ser utilizados troncos, cork barks, rochas, cipós, plantas artificiais ou naturais, e são importantes tanto para estética do recinto quanto para aumento da complexidade ambiental para o seu animal (enriquecimento ambiental). Explore a distribuição e texturas desses ornamentos de forma que crie diversos microambientes para o animal com diferentes alturas e densidades, mas sempre se certifique que estejam bem instalados para evitar acidentes. 

Dieta

A dieta dos geckos-de-crista deve ser majoritariamente frugívora. No exterior há papinhas próprias para a espécie, até o momento disponíveis apenas por importação no Brasil (julho 2022), nesse cenário frutas amassadas podem ser oferecidas com base da dieta, incluindo mamão, manga, pera, banana, maracujá e morango. Outra opção é o uso de papinhas comerciais para bebês. A base de frutas pode ser oferecida 3 a 4 vezes por semana, complementada com insetos como baratas e grilos, tenébrios também podem ser oferecidos com moderação. De 5 a 10 grilos ou 3-5 tenébrios são um bom volume de alimentação para um gecko-de-crista adulto. Suplementos de cálcio podem ser salpicados sobre os insetos (dusting), ou oferecido para os insetos consumirem antes de serem oferecidos (gut loading) para seu gecko-de-crista. Evite deixar insetos vivos soltos no terrário para evitar agressões e/ou consumo de substrato pelo seu animal.

O uso de suplementações pode ser considerado de acordo com a dieta que mantém o seu gecko-de-crista, para uma suplementação adequada, consulte um médico veterinário competente! Lembre-se que suplementações deficitárias ou excessivas podem trazer sérias consequências para o seu animal de estimação. 

A alimentação pode ser feita dia sim, dia não, portanto de 3 a 4 vezes por semana, para se manter tranquilo é essencial acompanhar o peso do seu animal e você pode usar o APP MEU EXÓTICO para te ajudar nessa rotina!

Demandas psicológicas

Os geckos-de-crista são animais relativamente tímidos crepusculares, passando o dia escondidos em tocas e entre as folhagens, exploram o ambiente durante a noite em busca de alimento escalando e pulando pelas folhagens. Não são animais essencialmente sociais e podem ser agressivos entre si, especialmente entre machos. Grupos de fêmeas são bem tolerados em ambiente doméstico, desde que o recinto possua espaço o bastante e seja rico em tocas e pontos de fuga, permitindo que os animais convivam de maneira pacífica. Esteja sempre atento para sinais de agressão para separar os indivíduos em caso de brigas.

Com os seres humanos, os geckos-de-crista são extremamente dóceis e vão, com o tempo, ficando confiantes em seu recinto a aparecendo mais durante a noite. Para manuseio o animal deve ser acostumado aos poucos, sempre permitindo seu movimento livre pela mão, manejos breves são mais recomendados. Nunca contenha seu gecko-de-crista pela cauda, pois ele pode soltá-la como forma de defesa, e, diferente, de outros lagartos, essa cauda não regenera. 

Para manusear seu animal, nunca pegue o animal com força, pressione o seu corpo ou segure pela cauda. Ofereça a palma da mão como suporte para os pés do animal e deixe que ele explore o ambiente, o mesmo princípio pode ser feito com o animal no seu colo, por exemplo. Todo momento que o animal estiver fora do recinto deve estar sob supervisão, principalmente se possuir outros animais que vivam soltos pela casa.